terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Nanã Buruku

Nanã Buruku ( ou Nanã, Nanã Buluku, Nanã Buru, Nanã Boroucou, Nanã Borodo, Ananburucu, Nanã Borutu) , é o nome pertinente a um Vodun e Orixá das chuvas, dos mangues, do pântano, da lama( barro molhado), senhora da Morte, e responsével pelos portais de entrada (reencarnação) e saída ( desencarne). Identificado no jogo do merindilogum pelos Odu Ejolobon e representado materialmente pelo candomblé através do assentamento sagrado denominado Igba Nanã.
África
Em sua passagem pela Terra, foi a primeira Iyabá e a mais vaidosa, em nome da qual desprezou seu filho primogenito com Oxalá, Omolu, por ter nascido com várias doenças de pele. Não admitindo cuidar de uma criança assim, acabou abandonando-o numa praia, Iemanja o achou abandonado , quase morrendo e o curou e o criou como se fosse sua mãe, dando todo o amor e carinho. Sabendo do que Nanã fez, Oxalá condenou-a a ter mais filhos, os quais nasceriam anormais ( Oxumarê, Ewá e Ossain), e a expulsou do reino, ordenando-lhe que fosse viver num pântano escuro e sombrio, lugar onde pensou em abandonar seu pobre filho mais desitiu, pois na praia seu filho morreria mais rápido.
Nanã é a dona de um cajado, o Ibiri. Orixá das águas paradas que mata de repente, ela mata uma cabra sem usar faca. É considerada o Orixá mais antigo do mundo. Quando Orunmilá chegou aqui para frutificar a terra, ela aqui ja estava. Nanã desconhece o ferro por se tratar de um Orixá da pré-hitória anterior á idade do ferro. O termo "nanan" significa raiz, aquela que se encontra no chão. Senhora das doenças cancerígenas, está sempre ao lado do seu filho Omolu. Protetora dos idosos, desabrigados, doentes e deficientes visuais. É um vodun, segundo alguns pesquisadores, originario de Dassa-Zoumé, é uma velha divindade das águas. Pierre Verger encontrou um Templo Dassa-Zoumé eo sacerdote do seu culto.
A área que abrange seu culto é muito vasta e parece estender-se de leste, além do rio Niger, além do rio Volta, nas regiões dos "guang", ao nordeste de Ashanti.
Entre os fon e mahi ela é considerada uma divindade hermafrodita, anterior a Mawu e Lissá, aos quais teria dado origem em associação com a "serpente do Universo" Dan Aido Hwedo. Para os ewes e minas, ela é ás vezes vista como um vodun masculino( Nana Densu), esposo da grande mãe das águas Mami Wata.

Brasil
Nanã Buruku é cultuada no candomblé jeje como um vodun e no candomblé Ketu como um orixá da chuva, das águas paradas, mangue, pântano, terra molhada e considerada a mãe dos orixás Obaluayê, Iroko, Ossain, Oxumarê e Yewá.
Nanã é chamada carinhosamente de "Avó" por ser usualmente imaginada como uma anciã. É cultuada em todo o Brasil nas religiões Afro-brasileiras.
Seu emblema é o Ibiri que caracteriza sua relação com os espiritos ancestrais. Como "Mãe-Terra Primordial" dos grãos e dos mortos, Nanã Buruku poderia ser equiparada á deusa greco-romana Deméter-Ceres-Cibele.
A existência do culto de Nanã Buruku é atribuida a tempos remotos, anteriores á descoberta do ferro, por isso, em seu rituais, não costumam ser utilizados objetos cortantes de metal.
O Baobá ("Adansonia digitata L", em iorubá Ossê e em Fon Akpassatin) é sua árvore sagrada.
No sincretismo  afro-católico, Nanã Boroquê, como é chamada na Umbanda, é equiparada á Sant'Ana.
Nanã no Batuque - RS: Nanã no Batuque ( Religião Afro-Gaúcha) é a Iemanja mais velha de todas, embora não seja Iemanjá.
Arquétipo
 São conservadores e presos aos padrões convencionais estabelecidos pelos homens. Passam aos outros a aparência de serem calmos, mudando rapidamente de comportamento, tornando-se guerreiros e agressivos; quando então, podem ser perigosos, o que assusta as pessoas. Levam seu ponto de vista ás últimas consequências, tornando teimosa. Quando mãe, são apegadas aos filhos e muito protetoras. São ciumentas e possessivas. Exigem atenção e respeito, são pouco alegre e  não gostam de muita brincadeiras. Os filhos deste grande Orixá são majestosos e seguros nas ações e procuram sempre o caminho da sabedoria e da justiça.